Lobisomem de Jaboatão dos Guararapes-PE‏


Cartazes foram colados em postes e padarias da comunidade alertando para o perigo

Em meio aos becos, matagais e trilhos do metrô do bairro de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, uma criatura vem aterrorizando os moradores. Iluminado apenas pela luz da lua, o ser, "batizado" pela comunidade de lobisomem, está atormentando as madrugadas e deixando muitos sem dormir. Os uivos depois da 0h indicam o perigo que ronda as ruas. Não há coragem, nem curiosidade que permita passos astutos para desvendar a identidade da fera. Enquanto isso, o pavor cresce proporcionalmente ao número de ataques na localidade e o suspense, que dura quase dois meses, permanece. Policiais da Delegacia de Prazeres informaram desconhecer o caso e disseram que nenhuma queixa foi registrada sobre os supostos ataques.
"Eu estava voltando para casa sozinho. Era uma quinta-feira, por volta da 0h30, e estava chovendo muito. No meio do caminho vi aquele bicho. Pensei que fosse um cachorro, parecia um fila brasileiro sentado na calçada. Mas quando a chuva começou a ficar mais forte, ele começou a se debater e a uivar. Levantou. Na hora em que vi o tamanho 'daquilo' comecei a correr. Não quis nem olhar para trás". Ao lembrar do momento em que avistou o lobisomem, o cantor Isack Marques, 23 anos, não esconde o medo. "Era pretão, da cor de um gabiru. Todo peludo. Muita gente já estava comentando sobre ele e eu não acreditava, pensava que era mentira. Mas eu vi. Dizer que é lobisomem é difícil, mas eu não sei o que é. Não pode ser gente. Fiquei assustado. Nunca vi nada parecido. Andar sozinho pela rua de noite nunca mais", confidenciou o rapaz que agora é conhecido no bairro como um dos que levou o carreirão da fera.
Seguindo a lenda, o lobisomem de Cajueiro também ataca durante a madrugada e desaparece ao amanhecer. Se no conto mítico apenas artefatos de prata podem destruir a criatura, no bairro de Jaboatão já tem gente querendo dar um fim na fera. "Tem uma galera 'boa de dedo' por aqui que já está de tocaia. Só esperando ele aparecer para resolver o problema.Mas até agora ninguém conseguiu pegá-lo e nisso já vai quase dois meses de pânico", comentou um morador que preferiu não se identificar.
Enquanto as pessoas se escondem nas residências, cartazes foram colados em postes e padarias da comunidade alertando para o perigo. Acreditando ou não, a maioria das moradores prefere não arriscar. "Eu ainda acho que é lenda. Sei que tem gente que já viu e levou carreira. Mas eu só acredito vendo. Só espero não estar sozinha quando ele aparecer", disse a dona-de-casa Patrícia Maria Arruda, 21.

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