A lenda do Santo Graal virou, nos últimos tempos, uma espécie de ímã para quase todo tipo de lixo cultural e teorias estapafúrdias. Por isso, é bom colocar as coisas em pratos limpos: o famoso objeto não tem absolutamente nada a ver com Maria Madalena, com os Cavaleiros Templários ou com a sociedade secreta fictícia conhecida como Priorado de Sião. E, aliás, o Graal também não tem nada a ver com Jesus Cristo.
A existência de um suposto cálice milagroso onde o sangue do Messias crucificado teria sido recolhido não passa de uma invenção do fim da Idade Média – uma história bolada pelo poeta mais famoso da Europa no século 12 e, desde então, aumentada por uma fieira de autores posteriores. A lenda do Graal fez muito sucesso em sua época simplesmente por juntar numa só trama as duas grandes paixoes do público medieval: cavalaria e fé cristã. E foi sendo repaginada de acordo com as preocupações dos séculos posteriores – inclusive as teorias da conspiração tão populares no começo do século 21.Cálice exibido em Valência, na Espanha, como o usado na Santa Ceia; na verdade, parte do objeto data do começo da Idade Média e as alças foram adicionadas depois
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